De onde vem a maldade?

Por <b>Rodrigo Silva</b>

Por Rodrigo Silva

Arqueólogo

Muitas vezes as pessoas se perguntam: “Se Deus é bom, por que existe tanta maldade no mundo?” Ou até afirmam que a existência do mal é uma prova de que Deus não existe. Mas já tentou inverter essa pergunta? “Se Deus não existe, de onde vem a bondade?”

 

Essa questão nos leva a refletir sobre o equilíbrio entre o bem e o mal. Assim como percebemos o mal em figuras como Hitler, Mao Tsé-Tung e Napoleão, também reconhecemos o bem em pessoas como Madre Teresa de Calcutá e Gandhi. Por que focar apenas no mal quando podemos ver exemplos tão claros de bondade ao nosso redor?

 

Jesus, em Sua sabedoria, usou parábolas para explicar essa complexidade. Em Mateus 13:24-30, Ele conta a história de um homem que semeou trigo em seu campo, mas o inimigo semeou joio no meio das sementes. Quando os servos perguntaram de onde veio o joio, o mestre respondeu: “Um inimigo fez isso.” Aqui, vemos uma metáfora clara para o mal no mundo, que surge como uma ação do inimigo — não como algo criado por Deus.

 

O mal: uma ausência de bem

 

Um dos argumentos filosóficos que ajuda a entender a origem do mal é compará-lo à ausência do bem. Assim como o frio é a ausência de calor, e a escuridão é a ausência de luz, o mal é, na verdade, a ausência de Deus. Deus é a fonte de toda luz e bondade. Quando algo ou alguém se afasta dessa luz, o que resta é escuridão — o mal.

 

Aqui está um ponto interessante: o mal não é necessário para que o bem exista. Diferente de conceitos como Yin e Yang, onde luz e trevas coexistem em equilíbrio, na visão bíblica, Deus é luz pura, e nele não há trevas. O mal é uma distorção dessa luz, trazido ao mundo pela escolha de seres livres.

 

A origem do mal

 

Para entender a origem do mal, precisamos voltar ao início. De acordo com a Bíblia, Deus criou os seres angelicais com livre-arbítrio. Em outras palavras, eles tinham a liberdade de escolher seguir ou não os caminhos de Deus. Um desses seres, um querubim poderoso, fez uma escolha que alterou para sempre o equilíbrio do bem e do mal. Esse querubim, conhecido como Lúcifer, permitiu que o orgulho enchesse seu coração e, assim, se rebelou contra Deus. Esse relato é encontrado em Ezequiel 28:14-17, onde descreve como a maldade foi encontrada nesse ser perfeito, levando à sua queda.

 

Aqui, entra o conceito filosófico de “existência em potência” e “existência em ato”. O mal, inicialmente, existia apenas como uma possibilidade — um potencial. Ele não era uma realidade até que Lúcifer decidiu transformar esse potencial em um ato de rebelião. A partir daí, o mal se manifestou no universo.

 

A queda do homem 

 

Essa rebelião não ficou confinada aos céus. Lúcifer, agora chamado de Satanás, conseguiu enganar Adão e Eva no Jardim do Éden, introduzindo o pecado na experiência humana. Desde então, todos nós carregamos as consequências dessa queda. Paulo, em Romanos 5:12, explica que por meio de um só homem, Adão, o pecado entrou no mundo, e com o pecado, a morte.

 

No entanto, a Bíblia também oferece a solução para essa tragédia: Jesus Cristo. Ele veio ao mundo para pagar o preço do pecado e oferecer uma nova esperança de vida eterna. A redenção é o ponto central do plano de Deus para restaurar tudo o que foi perdido.

 

O mal no mundo atual

 

Hoje, satanás continua a enganar e provocar destruição. Em Apocalipse 12:7-9, vemos a descrição de uma guerra nos céus entre Miguel e seus anjos contra o dragão (Satanás). Embora o dragão tenha sido expulso do céu, ele ainda age na terra, tentando afastar as pessoas de Deus.

 

Por trás de muitos eventos trágicos da história, há uma batalha espiritual em andamento. Adolf Hitler, por exemplo, foi um instrumento de maldade, mas também foi influenciado por forças espirituais sombrias. Isso, no entanto, não tira a responsabilidade pessoal de suas ações. Deus nos deu o livre-arbítrio, e somos responsáveis por nossas escolhas.

 

Por que Deus permitiu que o mal existisse?

 

Essa é uma pergunta comum e difícil. Se Deus sabia que Lúcifer se rebelaria e que o mal causaria tanto sofrimento, por que Ele permitiu que isso acontecesse? A resposta está no caráter de Deus e na natureza do livre-arbítrio. Se Deus tivesse criado apenas seres que Ele sabia que nunca se rebelariam, o livre-arbítrio seria uma farsa. A verdadeira liberdade inclui a possibilidade de escolha — até mesmo a escolha de rejeitar a Deus.

 

Deus não manipula Suas criações para garantir obediência. Ele oferece a liberdade genuína, e com isso, vem a possibilidade do mal. No entanto, Ele também oferece uma solução definitiva para o mal através de Jesus Cristo.

 

 A promessa de um futuro sem maldade

 

A boa notícia é que o mal tem seus dias contados. A Bíblia promete que, no final dos tempos, haverá um novo céu e uma nova terra, onde o mal não existirá mais. Em Apocalipse 21:4, lemos que “Deus enxugará dos olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem pranto, nem dor, pois as coisas antigas já passaram.”

 

Assim, a promessa de Deus é que o mal não triunfará. O sacrifício de Cristo na cruz garantiu nossa vitória sobre o pecado, e um dia, o mal será destruído para sempre.

 

Se você quer se aprofundar ainda mais nesse estudo, assista ao vídeo abaixo.

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