Salmo 115: a verdadeira confiança em Deus

Por <b>Rodrigo Silva</b>

Por Rodrigo Silva

Arqueólogo

A Bíblia está repleta de capítulos que nos fazem refletir profundamente sobre a nossa fé, e o Salmo 115 é um desses textos marcantes. Com uma mensagem que fala ao coração, ele nos convida a questionar onde estamos depositando nossa confiança e nos lembra da grandeza de Deus em comparação com os ídolos terrenos.

 

“Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade.” (Salmo 115:1)

 

Essa abertura é um convite à humildade e à rendição total. É uma lembrança clara de que tudo o que temos e somos vem de Deus, e que a glória não deve ser direcionada ao homem, mas ao Criador. Hoje, vamos mergulhar nessa passagem e ver como ela pode falar diretamente às nossas vidas.

salmo 115
Foto: Pexels

A glória é de Deus, não nossa

 

Logo no início do Salmo 115, o salmista deixa claro que a glória pertence a Deus, e não a nós. Em um mundo que constantemente nos incentiva a buscar reconhecimento, sucesso e auto engrandecimento, essa frase soa como um lembrete direto de que, no final das contas, tudo o que somos e temos provém d’Ele.

 

Muitas vezes, na correria da vida, esquecemos de reconhecer que nossas conquistas são resultado da graça divina. Nós nos concentramos tanto em nossos próprios esforços que acabamos ignorando a mão de Deus que nos sustenta. O salmo nos chama a uma postura de humildade e dependência. “Não a nós” é uma afirmação poderosa que destrói o orgulho humano e nos coloca no lugar certo diante de Deus.

 

A futilidade dos ídolos

 

A partir do versículo 4, o salmo contrasta a grandeza de Deus com a futilidade dos ídolos:

 

“Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não veem;” (Salmo 115:4-5)

 

Aqui, o salmista usa uma linguagem quase sarcástica para descrever os ídolos feitos pelos homens: objetos de adoração que não têm vida, nem poder. Embora essa descrição remeta diretamente aos ídolos de madeira e pedra daquela época, podemos refletir sobre os “ídolos” modernos que muitas vezes adoramos, como o dinheiro, o sucesso, a fama e até mesmo as opiniões dos outros.

 

Quantas vezes nós, de forma sutil, acabamos confiando mais em coisas materiais ou em nosso próprio esforço do que em Deus? Quantas vezes damos mais atenção ao que podemos ver e tocar, do que ao Deus invisível que governa todas as coisas? 

 

Esses ídolos podem até parecer importantes em nossos olhos, mas, como o salmo enfatiza, são inertes, incapazes de nos salvar ou de dar propósito às nossas vidas. Confiar neles é, em última instância, confiar no vazio.

 

Confiar em Deus

 

No versículo 9, o salmista muda o tom e faz um apelo ao povo de Israel: “Confia no Senhor; ele é o seu auxílio e o seu escudo.”  

 

A palavra “confiança” aqui é central. Diferente dos ídolos que são impotentes, Deus é nosso auxílio e proteção. Ele não só ouve, como age. Ele não só vê, como cuida de nós. Esse convite à confiança não é apenas para Israel, mas para todos nós, em todos os tempos.

 

Em nossa vida cotidiana, é comum nos sentirmos ansiosos, inseguros ou preocupados com o futuro. Muitas vezes, tentamos lidar com esses sentimentos buscando segurança em coisas temporais: um trabalho estável, uma conta bancária recheada, a aprovação de outras pessoas. Porém, essas coisas são como os ídolos descritos no salmo – elas podem nos dar uma falsa sensação de segurança, mas no fundo, são incapazes de oferecer verdadeira paz.

 

O salmo nos desafia a colocar nossa confiança em Deus, a verdadeira rocha inabalável. Ele é o único que pode nos proteger e guiar em meio às incertezas da vida. E mais do que isso: Ele é fiel e está sempre presente.

 

O chamado à bênção e à gratidão

 

Nos últimos versículos, o Salmo 115 nos lembra que Deus é aquele que abençoa. Ele abençoa não só Israel, mas “os que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes” (v. 13). Essa bênção é uma promessa de cuidado e provisão para todos aqueles que confiam n’Ele.

 

Vivemos em um mundo que frequentemente mede o sucesso pelas posses materiais e pelas realizações. No entanto, o verdadeiro sucesso, segundo esse salmo, é ser abençoado por Deus e viver sob Sua proteção. Essa é a verdadeira prosperidade que dura além desta vida.

 

O salmo termina com um chamado à gratidão: “Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio. Mas nós bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre.” (v. 17-18)

 

Aqui, somos lembrados de que enquanto vivemos, nossa missão é louvar a Deus e reconhecer Sua bondade. A gratidão é um elemento fundamental de nossa vida espiritual, pois nos lembra de que tudo o que temos vem de Deus, e que Ele é digno de todo louvor.

 

Onde está nossa confiança?

 

O Salmo 115 nos desafia a repensar onde estamos depositando nossa confiança. Ele nos convida a nos afastarmos de tudo aquilo que é temporário e ilusório, e a voltarmos nosso coração para Deus, que é eterno e soberano. 

Em tempos de incerteza e ansiedade, esse salmo é um lembrete reconfortante de que Deus é nosso auxílio e escudo, e que confiar n’Ele é a única garantia de paz verdadeira. Sejamos aqueles que, como o salmista, dizem com confiança: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória.”

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