A palavra “pré-história” literalmente significa “antes da história”, referindo-se a todos os eventos ocorridos antes da invenção da escrita. No contexto do Egito, isso abrange períodos anteriores a 3000 a.C., quando a escrita começou a se desenvolver na região. O estudo da pré-história é uma prática relativamente nova, surgindo no século XVIII.
Antes disso, a Bíblia era a principal referência para entender a história antiga da humanidade.
A Bíblia e a linha do tempo
No século XVII, o bispo James Usher, um clérigo irlandês, usou a Bíblia para determinar uma linha do tempo para a história mundial. Analisando as gerações descritas no livro de Gênesis, ele concluiu que o mundo começou em 4004 a.C. Usher não estava sozinho; o famoso cientista Isaac Newton também tentou elaborar uma cronologia do Antigo Egito com base nas Escrituras. Newton concordou que a pré-história não poderia ter se estendido além dessa data.
Avanços do Século XIX
Duas grandes descobertas em 1859 mudaram a perspectiva sobre a antiguidade da história humana. Primeiramente, a descoberta de ferramentas da Idade da Pedra junto a ossos de animais extintos indicou que a história humana era muito mais antiga do que Usher havia proposto.
Em segundo lugar, a publicação de “A Origem das Espécies” por Charles Darwin introduziu a ideia de que os humanos evoluíram ao longo de milhares de anos, sugerindo uma linha do tempo muito mais extensa para a história da Terra.
Conflitos entre a cronologia Bíblica e a história egípcia
Quando analisamos a cronologia do Egito e de outras civilizações antigas, nos deparamos com períodos de 10 mil, 7 mil, e 5 mil anos atrás, que contradizem as descrições bíblicas de Usher e seus contemporâneos. Isso levanta questões intrigantes, como: “As pirâmides foram construídas antes do Dilúvio?” ou “Como entender a cronologia da história egípcia em comparação com os relatos bíblicos?”
Evidências
As pirâmides egípcias, como a Grande Pirâmide de Gizé, não apresentam danos significativos causados pela água, sugerindo que não foram afetadas por um dilúvio global. Além disso, elas foram construídas sobre camadas de rocha contendo fósseis, que de acordo com a perspectiva bíblica, seriam resultantes do Dilúvio nos tempos de Noé.
A cronologia bíblica sugere que as pirâmides não poderiam ter sido construídas antes do Dilúvio, indicando uma reconstrução da história pós-diluviana.
A cronologia de Maneto
A cronologia tradicional do Antigo Egito é largamente baseada nos escritos de Maneto, um sacerdote egípcio que registrou os reinados dos faraós de forma sequencial. No entanto, alguns estudiosos acreditam que muitos faraós governaram simultaneamente em diferentes regiões do Egito.
Isso significa que a cronologia pode ter sido exagerada ao considerar esses reinados como sucessivos. Um exemplo seria alinhar todos os governadores do Brasil em sequência, o que distorceria a verdadeira duração histórica do país.
História revisada
O Dr. Willard Libby, pioneiro na técnica de datação por radiocarbono, expressou surpresa ao descobrir que a história conhecida se estendia por apenas cinco mil anos. Isso contradiz afirmações de datas muito mais antigas em diversos livros.
A primeira dinastia egípcia, inicialmente datada por alguns egiptólogos como Flinders Petrie em 5000 a.C., foi revisada para cerca de 3100 a.C., com debates contínuos sobre datas ainda mais recentes.
Novas perspectivas
Vários estudiosos, incluindo Peter James, David Rohl, Donovan Courville, e David Down, têm trabalhado para construir uma cronologia revisada do Antigo Egito. Alguns começam com a Bíblia, enquanto outros se baseiam em referências históricas como a batalha de Tebas, tentando alinhar a história egípcia com registros bíblicos e o reinado simultâneo de diferentes faraós.
Trabalho árduo
Embora o trabalho de revisar a cronologia antiga seja ainda bastante hipotético, ele é fundamental para uma compreensão mais precisa da história humana. Novas descobertas são necessárias para lançar luz sobre a verdadeira identidade de figuras históricas como os faraós.
No entanto, nada disso deve abalar a fé daqueles que acreditam na confiabilidade da Palavra de Deus. Continuar explorando e questionando é essencial para avançar no estudo da arqueologia e da história antiga.