Esse é o nosso segundo encontro da série: Como Jesus interpretava as escrituras. Confira o primeiro clicando aqui.
Para começar, vou contar uma história da mitologia grega. Você já ouviu falar do labirinto? Pois bem, imagine o que faria se sua vida dependesse de escapar de um labirinto. A mitologia grega narra que o rei Minos criou um labirinto e colocou lá dentro seu filho, o Minotauro, um ser metade humano, metade touro. Ariadne, a filha de Minos, apaixonou-se por Teseu e ensinou-lhe como escapar do labirinto. Ele amarrou uma corda na cintura desde a entrada até o centro do labirinto, permitindo-lhe retornar e escapar com segurança. Teseu venceu a batalha, saiu do labirinto e casou-se com a princesa.
Para muitos leitores, a Bíblia também pode parecer um grande labirinto, cheio de passagens complexas que podem desanimar e confundir. No caso da mitologia grega, Teseu tinha as ferramentas necessárias para entrar e sair do labirinto com sucesso. As ferramentas que usaremos para navegar pelo “labirinto” da Bíblia incluem arqueologia, contexto histórico e exegese. Com essas ferramentas, podemos entender melhor as Escrituras e aplicar seus ensinamentos aos problemas do dia a dia.
Jesus e a exegese
Jesus também usava uma abordagem meticulosa para interpretar as Escrituras. Ele conhecia a história e a cultura do seu povo, o que lhe permitia ler, interpretar e aplicar corretamente os textos sagrados. Vamos falar sobre a exegese de Cristo, ou seja, como Jesus analisava e interpretava as Escrituras.
O que é exegese?
A palavra exegese vem do grego “exēgēsis”, que significa “explicar” ou “interpretar”. Em termos simples, a exegese é a prática de extrair o verdadeiro significado de um texto, considerando seu contexto histórico, cultural e linguístico. Jesus usava exegese para interpretar as Escrituras de forma precisa e relevante.
A Bíblia como palavra de Deus
Jesus tratava as Escrituras como sendo divinamente inspiradas. Por exemplo, ele atribuía as palavras de Davi no Salmo 110:1 ao Espírito Santo (Marcos 12:36). Ele também reconhecia as profecias de Daniel como predições inspiradas por Deus (Mateus 24:15).
No dia em que Jesus visitou a sinagoga em Nazaré, Ele leu Isaías 61 e declarou: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lucas 4:21). Ele estava demonstrando como as profecias bíblicas se aplicavam a Ele e ao seu ministério.
Aplicando o contexto histórico
Jesus também usava o contexto histórico para interpretar as Escrituras. Por exemplo, em Mateus 19:4-5, Ele citou Gênesis 2:24 para discutir o divórcio, enfatizando o plano original de Deus para o casamento.
A arqueologia bíblica desempenha um papel crucial na interpretação das Escrituras. Descobertas arqueológicas, como os Manuscritos do Mar Morto, fornecem evidências históricas que ajudam a entender o contexto em que a Bíblia foi escrita.
Durante o tempo de Jesus, as Escrituras eram frequentemente armazenadas em rolos de papiro. Os cristãos primitivos transformaram esses rolos em códices (livros encadernados) para facilitar a disseminação das Escrituras.
Aplicações práticas
Compreender a Bíblia pode parecer desafiador, mas é essencial para aqueles que se identificam como cristãos. Se você faz parte dos 70% da população brasileira que se identifica com o cristianismo, é crucial conhecer a Bíblia e avaliar seu conteúdo.
Jesus demonstrou uma abordagem exemplar para a interpretação das Escrituras, usando exegese, contexto histórico e reverência pelo texto sagrado. Ao seguir o exemplo de Cristo, podemos navegar pelo “labirinto” das Escrituras com confiança e clareza, aplicando seus ensinamentos à nossa vida diária.
Confira a aula completa clicando no vídeo abaixo.
Uma resposta
Gosto muito das suas aulas, estudos e mensagens. Deus continue te abençoando.