A história da redescoberta de Belsazar é um dos capítulos mais fascinantes e surpreendentes da arqueologia bíblica. Durante anos, a existência de Belsazar foi contestada por muitos estudiosos, já que não havia menções a ele nas listas monárquicas babilônicas. No entanto, descobertas arqueológicas revolucionaram essa visão, provando que a Bíblia estava certa o tempo todo.
Um enigma histórico
Por muitos anos, os céticos tinham razão ao questionar a existência de Belsazar. As listas monárquicas da Babilônia, registradas por historiadores como Beroso e Ptolomeu, nunca mencionaram um rei com esse nome. Além disso, escritores antigos como Xenofonte e Heródoto não especificaram quem era o rei de Babilônia durante a queda da cidade para os medo-persas.
Em 1861, a situação começou a mudar quando o assiriólogo W.H.F. Talbot publicou a tradução de um tablete cuneiforme chamado “Oração de Nabonido”. Esse tablete, descoberto por H.C. Rawlinson no Museu Britânico, mencionava o nome Bel-shar-usur, ou Belsazar, como o filho primogênito de Nabonido. Isso foi uma descoberta monumental, pois finalmente havia uma evidência arqueológica do nome Belsazar.
A genealogia
Um ponto de controvérsia era a referência bíblica de Belsazar como “filho de Nabucodonosor”. No entanto, era comum na antiguidade que qualquer sucessor ao trono fosse chamado de “filho” do rei mais brilhante da genealogia, mesmo que não houvesse relação sanguínea direta. Jesus, por exemplo, foi chamado de “Filho de Davi”, embora Davi fosse um ancestral distante.
O papel de Belsazar
A confirmação de Belsazar como um personagem histórico não parou na identificação de seu nome. Theophilus G. Pinches, em 1882, encontrou uma passagem nas “Crônicas de Nabonido” que descrevia Belsazar assumindo responsabilidades reais enquanto Nabonido estava ausente.
Essas crônicas mencionavam que Nabonido confiou o país e o exército a seu filho, uma indicação clara de que Belsazar tinha um papel significativo, embora não fosse oficialmente o rei.
Belsazar e a queda de Babilônia
As “Crônicas Babilônicas” também confirmam que não era Nabonido quem estava no comando de Babilônia durante o ataque dos medo-persas. O relato bíblico de Daniel 5 narra que Belsazar estava no comando durante a fatídica noite em que a cidade foi invadida.
O famoso “Cilindro de Ciro” corrobora que os exércitos de Ciro entraram na cidade sem resistência, alinhando-se com a narrativa de que todos estavam distraídos em uma grande festa.
A evidência culminante veio com a tradução de Pinches, que relatou que Gobryas (possivelmente Dario) matou o “filho do rei” na mesma noite em que Babilônia caiu. Isso se alinha perfeitamente com a narrativa bíblica de que Belsazar foi morto naquela noite.
O papel da Arqueologia
A redescoberta de Belsazar é uma prova de como a arqueologia pode iluminar e confirmar narrativas históricas antigas. Essa história não só valida a precisão bíblica, mas também nos lembra da complexidade e riqueza da história humana.
Continuamos a aprender e descobrir mais à medida que novas evidências vêm à tona, pintando um quadro mais claro de nosso passado.
Continue aprendendo
Você se interessa por Arqueologia Bíblica? Temos um livro voltado inteiramente para essa temática, com uma linguagem prática e simples para uma introdução efetiva.
Clique aqui e conheça o livro Escavando a verdade!
Assista ao vídeo e saiba mais sobre essa descoberta.