Nós já conversamos algumas vezes sobre o estilo literário do Apocalipse. Ele é um estilo que se originou entre os judeus, aproximadamente durante o cativeiro babilônico. Durante esse período, alguns judeus, inspirados por Deus, como o profeta Daniel, começaram a escrever no estilo apocalíptico. Nisso entra o Armagedom, mas vamos contextualizar antes.
Estilo literário
Mas o que exatamente é o estilo apocalíptico? Bem, quando alguém tem uma visão ou revelação de Deus, geralmente intermediada por um anjo, eles escrevem sobre o que acontecerá com o povo de Deus em um futuro distante. Isso contrasta com o profeta clássico, que geralmente faz profecias relacionadas ao momento presente. Por exemplo, quando o profeta Natã confrontou o rei Davi sobre seus erros, ele estava fazendo uma profecia que se referia ao que estava acontecendo naquele exato momento.
Moisés também proferiu profecias para a geração que estava vivendo naquele momento, como quando disse que alguns não entrariam na Terra Prometida. Da mesma forma, João Batista apontou para Jesus, que estava presente naquele momento, ao declarar: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.”
Diferentes profecias
Os profetas clássicos costumam começar suas profecias com frases como “Assim diz o Senhor” ou “Veio a minha palavra do Senhor.” Suas profecias têm principalmente a ver com a situação presente e não requerem muita interpretação, pois são claras para todos.
No entanto, o profeta apocalíptico é diferente. A maioria de suas profecias aponta para o futuro ou para a trajetória do povo de Deus desde o seu tempo até períodos distantes, e essas profecias são repletas de símbolos que precisam ser interpretados. Os profetas apocalípticos frequentemente tinham anjos intermediários para explicar o significado das visões, porque as profecias eram tão simbólicas que o próprio profeta muitas vezes não as entendia.
Simbologias
Além disso, essas profecias apocalípticas eram repletas de símbolos por uma razão importante: Deus precisava proteger o conteúdo. Para entender isso, podemos fazer uma analogia com músicas brasileiras da época da ditadura, que criticavam o governo. Para evitar problemas com a censura, os artistas falavam de maneira codificada. Um exemplo é a música “Pai Afasta de Mim Esse Cálice”, que usava a metáfora do cálice de vinho tinto de sangue para protestar contra o governo.
Da mesma forma, as profecias apocalípticas eram codificadas e repletas de símbolos para transmitir mensagens importantes de maneira segura e protegida. Portanto, o Apocalipse é um estilo literário fascinante que nos permite explorar visões do passado, presente e futuro, enquanto desvendamos os mistérios dos símbolos e interpretações.
Conversamos sobre isso e muito mais na nossa live de ontem, principalmente sobre o Armagedom! Clique no vídeo abaixo e tenha acesso a explicação completa.