Imagine abrir uma caixa cheia de antigos tabletes cuneiformes, cobertos de terra e repletos de histórias esquecidas. Nos porões do Museu Britânico, essa foi a realidade que desafiou o ceticismo dos historiadores e trouxe à luz novos detalhes sobre as conquistas babilônicas.
Saiba como esses artefatos revelam a narrativa de Nabucodonosor e sua influência sobre a Judeia.
A revelação dos tabletes
No final do século 19, uma coleção impressionante de tabletes cuneiformes foi transportada para a Inglaterra, onde permaneceu sem tradução até 1956. Esses artefatos, encontrados nos porões do Museu Britânico, são uma miscelânea de cartas, orações, recibos e relatos de vitórias.
Entre essas crônicas, destaca-se a menção ao avanço de Nabucodonosor sobre a Judeia.
O avanço de Nabucodonosor sobre Jerusalém
Um dos tabletes detalha o ataque de Nabucodonosor à cidade de Jerusalém no sétimo ano de seu reinado. A crônica descreve como ele reuniu suas tropas, marchou para a região siro-palestinense e, em março, tomou a cidade de Judá, capturando o rei e nomeando um governante de sua escolha. Este novo rei, Gedalias, é confirmado por um antigo selo de impressão em hebraico encontrado nas escavações, corroborando o relato bíblico.
Nabucodonosor conquistou Jerusalém três vezes, cada uma marcada por intensa violência. Nas duas primeiras invasões, em 605 e 597 a.C., ele capturou milhares de judeus, muitos dos quais foram levados para trabalhar em seu palácio.
A terceira e mais devastadora invasão ocorreu em 586 a.C., resultando na destruição completa da cidade devido à rebelião de Zedequias.
Confirmando a historicidade de Daniel
Foi durante a primeira invasão que o profeta Daniel e seus companheiros foram levados cativos para a Babilônia. Eles viajaram cerca de 1.500 km, despedindo-se de sua terra natal. O livro de Daniel começa lembrando essa primeira invasão: “No terceiro ano de Joaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a sitiou” (Dn 1:1).
Evidências dos Reis Judaicos
Selos de inscrição encontrados em Debir e Bet-Semes confirmam a existência de Joaquim, rei de Judá. Além disso, tabletes cuneiformes descobertos nas ruínas do palácio de Nabucodonosor, traduzidos pelo professor Ernst E. Weidner, listam provisões alimentícias para empregados, estrangeiros e nobres exilados, incluindo Joaquim e seus cinco filhos.
Esses registros não só confirmam sua existência, mas também que eles eram cativos na Babilônia em 592 a.C.
O legado de Nabucodonosor
Críticos negaram a historicidade de Nabucodonosor, mesmo após a descoberta de Babilônia por Koldewey. Alegaram que a cidade foi fundada por uma rainha chamada Semíramis. No entanto, a decifração dos caracteres sumerianos por Henry Rawlinson revelou inúmeras inscrições que celebram Nabucodonosor como o grande administrador e idealizador da Babilônia.
Um tijolo de história
No Museu de Arqueologia Bíblica temos um antigo tijolo babilônico com inscrições cuneiformes. Com a ajuda de um léxico acadiano, a inscrição foi traduzida, revelando o texto: “Eu sou Nabucodonosor, rei de Babilônia, provedor dos templos de Esaguila e Ezida, o filho primogênito de Nabopolassar, rei da Babilônia.” Este artefato permanece como um testemunho da grandiosidade de Nabucodonosor.
Crônicas que comprovam o passado
As crônicas babilônicas, reveladas pelos tabletes cuneiformes, oferecem uma visão fascinante da história antiga. Elas confirmam relatos bíblicos e destacam a complexidade das relações políticas e militares da época.
Esses artefatos não só enriquecem nosso entendimento da história, mas também servem como um lembrete da riqueza cultural e histórica que ainda aguarda para ser descoberta.
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