Podemos dizer que a crucificação de Jesus é o episódio das Escrituras mais importante, tendo em vista que, desde Gênesis 3, foi prometido o descendente que salvaria a humanidade do domínio e efeito do pecado, nos restaurando da posição de separação a Deus, para ficarmos próximos a Ele novamente, como seus filhos. Vemos em todo Antigo Testamento profecias e símbolos sobre o Messias, sua chegada e o que Ele haveria de padecer, em obediência a Deus e voluntariamente por decisão própria. Fique atento ao texto que iremos falar sobre como foi a crucificação de Jesus. Abaixo você confere a Sua história.
A vida de Jesus
A Bíblia não fornece muitos detalhes sobre a vida de Jesus antes do início de seu ministério público na Galileia. Contudo, sabemos que ele nasceu em Belém, é filho de Maria e José, e que passou sua infância em Nazaré. Há relatos do seu batismo por João Batista no rio Jordão, que marca o início do seu ministério. Anterior a isso, o único episódio que temos é aquele no qual os pais de Jesus os perdem de vista, e depois o encontraram ouvindo, perguntando e respondendo mestres da lei, quando ainda era uma criança por volta dos seus 12 anos.
Em sua vida adulta, Jesus era carpinteiro, um homem comum, trabalhador e até seus 30 anos, ele não era percebido por multidões. O ministério de Jesus se inicia na Galileia, região onde ele cresceu, próxima a Nazaré. No tempo de Jesus, as cidades mais importantes da Galileia eram Cafarnaum, Nazaré e Tiberíades. Contrariando a crença popular, a Galileia não era uma região subdesenvolvida, mas uma área próspera que sustentava uma economia baseada na pesca e na agricultura. Como resultado, a região era um centro de intenso comércio, com uma economia dinâmica e um fluxo constante de pessoas, bens e ideias, por influência da cultura romana.
A Galileia era habitada por uma mistura de judeus e gentios que mantinham um considerável contato com as culturas grega e romana. Essa diversidade populacional era, provavelmente, o principal motivo do desprezo dos judeus do sul pelos galileus (conforme mencionado em João 7:52).
Durante sua vida, Jesus não cometeu nenhum pecado se quer, o que era necessário para que Ele fosse apto a se entregar como oferta para perdão de pecados, pois, desde o Antigo Testamento, o sacramento para perdão de pecados era feito por meio da morte de um cordeiro sem defeito, macho de um ano (Êxodo 12:5), e isso apontava para Cristo em sua perfeição e entrega em humildade.
Quando Jesus inicia seu ministério, há curas e milagres por onde Ele passava. Os pequeninos, doentes, coxos e cegos, não passavam despercebidos aos seus olhos. Jesus passou o seu ministério ensinando e amando pecadores, e separando as vigílias da noite para orar e estar com seu Pai (Mateus 14:23). É esse homem, santo, obediente e humilde, que seria condenado a tortura e a crucificação.

A Paixão e Morte de Jesus: o sacrifício supremo pelo amor
A narrativa da Paixão de Cristo é uma das mais significativas e emocionantes histórias na Bíblia. Ela descreve os eventos que levaram à crucificação de Jesus, seu sofrimento e morte, e é um testemunho do amor incondicional de Deus pela humanidade.
A história começa com a Última Ceia de Jesus com seus discípulos, descrita em Mateus 26:17-30, Marcos 14:12-26, Lucas 22:7-38 e João 13:1-30. Durante a ceia, temos Jesus partilhando o pão e o vinho com seus discípulos e dizendo-lhes que fizessem isso em memória dele. Em seguida, Jesus foi traído por Judas Iscariotes, um de seus discípulos, e preso pelas autoridades religiosas e romanas.
Após ser traído, Jesus se vê abandonado pelos seus amigos mais íntimos, e fica completamente sozinho, sendo levado diante do sumo sacerdote e do governador romano Pôncio Pilatos, que o condenou à morte na cruz, apesar de não encontrar nenhum crime que ele tivesse cometido.
A crucificação de Jesus é descrita em detalhes nos trechos dos evangelhos de Mateus 27:32-56, Marcos 15:21-41, Lucas 23:26-49 e João 19:17-30. Jesus foi levado ao Gólgota, onde foi crucificado com dois ladrões. Ele sofreu intensamente, sendo pregado na cruz e coroado com espinhos. Durante sua agonia, Jesus pronunciou alguns salmos e frases muito impactantes, como “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
A morte de Jesus é descrita em Mateus 27:45-56, Marcos 15:33-41, Lucas 23:44-49 e João 19:31-37. Ele morreu na cruz por volta de três horas da tarde, e o acontecimento foi testemunhado por seus discípulos e outras pessoas que estavam ali presentes.
A crucificação como método de tortura
A crucificação de Jesus fazia parte de um dos métodos mais cruéis de execução já inventados pela humanidade. Durante a tortura, Jesus sofreu intensamente com diversos tipos de dor física, que causaram sofrimento extremo e levaram à sua morte. Porém, antes de ser crucificado, Jesus foi submetido a um açoitamento brutal, no qual foi chicoteado com um instrumento que possuía pontas feitas de ossos de animais, que lhe causaram ferimentos profundos nas costas, pernas e braços.
Durante o açoitamento era comum que a ponta de ossos cravasse na pele profundamente, sendo necessário que o soldado puxasse a toda força para retirar e bater novamente. Em seguida, Jesus foi forçado a carregar sua própria cruz até o local da crucificação, o que foi extremamente cansativo e doloroso, pois ele já estava fraco e bastante ferido. Chegando lá, ele foi pregado na cruz com cravos em suas mãos e pés, o que lhe causou dor aguda e sangramento. A posição em que ele foi crucificado dificultava a respiração, o que causou asfixia e dor intensa.
No tempo de Jesus, a pena de morte por crucificação era aplicada pelos romanos a escravos, criminosos e inimigos do Estado. Os efeitos fisiológicos dessa tortura eram extremamente dolorosos e cruéis. A posição forçada na cruz, com os braços estendidos e as pernas flexionadas, fazia com que o peso do próprio corpo do condenado causasse uma pressão intensa e contínua nas mãos e nos pés, o que resultava em dor excruciante, cãibras musculares e, eventualmente, perda de consciência. Além disso, a exposição ao sol, à desidratação e às condições climáticas adversas (dependendo da época do ano) podiam levar à exaustão, desidratação e insolação. Esse tipo de tortura poderia durar de 3 a 7 dias em média.
Segundo o relato bíblico em Mateus 27:45, “Desde a hora sexta houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona.” Esse período de trevas começou ao meio-dia e durou até às três horas da tarde, enquanto Jesus estava sendo crucificado (o relato também é mencionado em Marcos 15:33 e Lucas 23:44-45).
O sepultamento de Jesus
Podemos encontrar o trecho do sepultamento em Mateus 27:57-61, Marcos 15:42-47, Lucas 23:50-56 e João 19:38-42, o sepultamento de Jesus ocorreu por meio de José de Arimateia, um membro do conselho judaico que não havia concordado com a decisão de condenar Jesus, e que pediu o corpo de Jesus a Pilatos. Pilatos concordou e permitiu que o corpo fosse retirado da cruz.
José então envolveu o corpo de Jesus em um lençol de linho limpo e o colocou em um túmulo novo que havia sido escavado na rocha, próximo ao local da crucificação. Alguns seguidores de Jesus, incluindo Maria Madalena, observaram o local onde Jesus havia sido sepultado e planejaram voltar ao terceiro dia para ungir o corpo com óleos e perfumes. No entanto, na manhã seguinte, as autoridades judaicas pediram a Pilatos que colocasse guardas no túmulo, para que os discípulos não pudessem roubar o corpo de Jesus e afirmar que ele havia ressuscitado. Pilatos concordou e colocou guardas no local. De acordo com os relatos bíblicos, Jesus ressuscitou três dias após sua crucificação e morte, saindo do túmulo vazio em que havia sido sepultado. Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João relatam a ressurreição de Jesus de maneira detalhada e emocionante. Os textos onde essa passagem se encontra são: Mateus 28.1-10, Marcos 16.1-8, Lucas 24:1-12 e João 20:1-18.
Segundo o relato bíblico, no terceiro dia após a crucificação de Jesus, Maria Madalena e outras mulheres foram ao túmulo para ungir o corpo de Jesus com óleos perfumados. Chegando lá, elas perceberam que a pedra que fechava o túmulo havia sido removida e o corpo de Jesus não estava mais lá. Nesse momento, dois anjos apareceram para as mulheres e lhes disseram que Jesus havia ressuscitado. Mais tarde, Jesus apareceu para seus discípulos, mostrando-lhes as feridas das mãos e dos pés e provando que ele realmente havia ressuscitado.
Estude arqueologia bíblica com Rodrigo Silva
Se você estiver interessado em compreender a história da Bíblia e quiser aprimorar ainda mais seus conhecimentos, fico feliz em apresentar o curso “A Bíblia Comentada. Neste curso, você terá a oportunidade de explorar as riquezas da arqueologia bíblica e aprofundar seu conhecimento sobre a história da Bíblia e seu contexto histórico e cultural. Com minha orientação e a de outros professores convidados, você participará de aulas semanais que tratam das grandes descobertas da arqueologia bíblica.
2 respostas
Muito gratificante
Conteúdo muito bom