Hatshepsut é um nome que ressoa poder e mistério. Sua história, repleta de enigmas e conquistas, ainda intriga historiadores e egiptólogos ao redor do mundo. Embora não seja mencionada diretamente na Bíblia, muitos acreditam que Hatshepsut poderia ter sido a filha do faraó que adotou o recém-nascido Moisés, como narrado no livro de Êxodo (2:5-10).
Seu nome, que significa “A Principal das Mulheres Nobres”, reflete a grandiosidade de sua trajetória. Hatshepsut foi uma das poucas mulheres a assumir o título de faraó, e seu reinado se destaca como um dos mais longos e prósperos da história do Egito. Mas, antes de nos aprofundarmos no seu legado, vamos entender como ela chegou ao trono.
De rainha a faraó
Hatshepsut era filha do faraó Tutmés I e de sua esposa principal, Amose. Há quem diga que ela teve uma irmã chamada Nefrubiti, enquanto outros acreditam que foi a única sobrevivente entre os filhos do casal real. Seu destino, naturalmente, parecia ser o de uma rainha consorte, e, ainda jovem, foi dada em casamento ao meio-irmão, Tutmés II. Essa prática era comum para assegurar a continuidade da linhagem real.
Durante o curto reinado de Tutmés II, Hatshepsut assumiu o papel tradicional de rainha e esposa principal. No entanto, com a morte do faraó, o herdeiro ao trono era o jovem Tutmés III, filho de uma concubina real. Ele tinha apenas três anos e era muito pequeno para governar sozinho. Assim, Hatshepsut assumiu o papel de regente do Egito.
Nos primeiros anos, ela desempenhou o papel de tutora e conselheira. Mas, por razões desconhecidas, no sétimo ano de sua regência, Hatshepsut decidiu mudar as regras do jogo e se declarou faraó, assumindo o título completo e os símbolos do poder.
Uma faraó fora dos padrões
Hatshepsut quebrou convenções ao assumir um título tradicionalmente masculino. Para afirmar sua autoridade, ela foi representada em estátuas e relevos com a coroa de faraó, o tradicional saiote e até mesmo a falsa barba cerimonial usada pelos reis. Em suas imagens, ela frequentemente exibia um corpo masculino, o que era uma tentativa de alinhar sua figura com a ideia de poder associada aos faraós.
Embora seu enteado, Tutmés III, permanecesse nominalmente como corregente, Hatshepsut era a verdadeira governante. Sua habilidade em angariar apoio foi fundamental para consolidar seu reinado. Muitos de seus principais apoiadores eram funcionários leais de seu pai, como Senenmut, seu conselheiro mais confiável, tutor de sua filha Neferure e supervisor de grandes obras reais.
Reinado de paz e prosperidade
Enquanto os faraós anteriores buscavam expandir o Egito por meio de guerras e conquistas, Hatshepsut adotou uma abordagem diferente. Sua política externa era focada no comércio e na diplomacia, o que trouxe grande prosperidade ao Egito.
Um dos maiores feitos de seu reinado foi a famosa expedição à terra de Punt, uma região rica em recursos como mirra, incenso, ouro e madeiras exóticas. Essa missão, registrada em relevos de seu templo mortuário, mostrou o interesse de Hatshepsut em fortalecer as relações comerciais e ampliar a riqueza do país.
Uma visionária da arquitetura
Hatshepsut foi responsável por alguns dos projetos arquitetônicos mais impressionantes do Antigo Egito. Sob sua liderança, o grande templo de Karnak foi ampliado e enriquecido. Mas seu maior legado arquitetônico foi o templo mortuário de Deir el-Bahari, conhecido como Djeser-Djeseru (“O Mais Sagrado dos Lugares Sagrados”).
Construído na margem oeste do Nilo, perto do Vale dos Reis, o templo é uma obra-prima da arquitetura egípcia. Ele apresenta uma longa rampa que conduz a terraços elevados, adornados com árvores e piscinas. Em seu interior, capelas dedicadas a deuses como Amon-Rá, Osíris, Hator e Anúbis, além de relevos que retratam eventos importantes de sua vida, incluindo seu nascimento divino.
Hatshepsut alegava ser filha do deus Amon, concebida quando ele apareceu para sua mãe, Amose, na forma de Tutmés I. Essa narrativa era uma maneira de legitimar sua ascensão ao trono e reforçar sua autoridade como faraó.
A mulher que governou como um homem
Hatshepsut nunca explicou publicamente por que se declarou faraó, mas sua habilidade política e sua visão estratégica garantiram seu sucesso. Sua escolha de se apresentar como um faraó masculino não foi apenas uma estratégia de poder, mas uma maneira de se encaixar no modelo tradicional de liderança da época.
Ela governou por cerca de 20 anos, um período marcado por paz, prosperidade e avanços culturais. No entanto, após sua morte, Tutmés III assumiu o trono e, por razões ainda debatidas, ordenou que muitas de suas imagens e registros fossem destruídos. Isso fez com que sua história permanecesse obscurecida por séculos.
Legado que resiste ao tempo
Apesar das tentativas de apagar seu nome, Hatshepsut continua sendo uma das figuras mais fascinantes da história egípcia. Seu templo em Deir el-Bahari ainda se ergue como um testemunho de sua grandeza, e seus feitos permanecem como um lembrete de que, mesmo em um mundo dominado por homens, ela ousou desafiar as normas e governar com sabedoria e força.
A história de Hatshepsut é uma lição de liderança, coragem e determinação. Ela nos lembra que grandes feitos podem surgir de momentos de desafio, e que o verdadeiro poder está na capacidade de inspirar e transformar.
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5 respostas
Muito interessante, nunca tinha ouvido falar sobre ela .
Acho interessante a arqueologia.
Achei muito interessante, as mulheres desde sempre se destacaram, mas ficam sempre ocultas nas histórias para a maioria da humanidade. Obrigada por compartilhar essa história de uma mulher sábia , guerreira e inteligente
Acho incrível a história dela, pena que é uma mulher pouco divulgada (diferente de Cleópatra VII, que teve um reinado ínfimo, quando comparado a Hatshepsut).
Parabéns pelo conteúdo.
Muy interesante
Nunca habia oido hablar asi, de la mujer que posiblemente fue la que adopto a Moises.