Louvores aos deuses pagãos

Você sabia que os antigos cultos pagãos também incluíam cânticos e rituais de adoração? Mas as razões para esses atos eram muito diferentes do louvor bíblico. Hoje, vamos explorar as principais diferenças entre o louvor a Deus como ensinado na Bíblia e as práticas de adoração dos povos pagãos antigos. Essa reflexão não só nos ajuda a entender o passado, mas também nos desafia a avaliar a maneira como adoramos a Deus hoje.

 

Pegue sua Bíblia e abra no Salmo 101:1, que diz:
“Cantarei a respeito da bondade e da justiça; a Ti, Senhor, cantarei.”

 

Esse versículo é um convite poderoso para refletirmos sobre as razões do louvor a Deus. Enquanto os judeus louvavam ao Senhor por Sua bondade e Suas obras, os povos pagãos seguiam um caminho completamente diferente. Vamos mergulhar nessa história fascinante e tirar lições valiosas para o nosso tempo.

 

O louvor Bíblico

Os Salmos são uma fonte rica para entendermos a adoração no contexto bíblico. Eles podem ser classificados em dois tipos principais:

 

1. Salmos de Reconhecimento – Esses salmos exaltam quem Deus é. Um exemplo claro está no Salmo 8:1:
   “Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra!”
   Eles proclamam a majestade, a santidade e a soberania de Deus.
2. Salmos de Agradecimento – Esses, por sua vez, celebram as maravilhas que Deus realiza por Seu povo. Em hebraico, são chamados de Salmos Todah (salmos de gratidão). Um exemplo é o Salmo 136, que exalta os feitos de Deus ao longo da história de Israel.

 

Deus não exigia adoração baseada em “barganhas”, mas sim um louvor genuíno que reconhecesse Seu caráter amoroso e Suas ações graciosas. No Êxodo, por exemplo, Deus libertou o povo da escravidão no Egito antes mesmo de lhes dar os Dez Mandamentos. Isso mostra que a obediência à lei veio como resposta ao livramento, e não como pré-requisito para ele.

 

O culto pagão

 

Enquanto o louvor bíblico era movido pelo reconhecimento e pela gratidão, o culto pagão seguia outra lógica: o toma lá, dá cá. Os povos pagãos adoravam seus deuses para negociar bênçãos e favores. Era uma relação quase comercial: sacrifícios eram oferecidos para obter prosperidade, proteção ou fertilidade.

 

O teatro dos cultos pagãos

 

Nos cultos pagãos, os rituais muitas vezes envolviam elementos sensuais, violentos e até sacrifícios humanos. A ideia era criar uma espécie de espetáculo para “seduzir” os deuses. Eles acreditavam que, ao encenar cenas de violência ou sensualidade, poderiam impressionar as divindades, que então atenderiam seus pedidos.

 

Um exemplo disso está nos cultos da deusa cananeia Aserá (ou Asherah). Suas estátuas frequentemente retratavam-na nua, simbolizando sensualidade e fertilidade. Esses rituais eram conduzidos por sacerdotisas que, muitas vezes, se prostituíam nos templos como parte da liturgia.

 

O papel da música nos rituais

 

A música tinha um papel central nos cultos, tanto no louvor bíblico quanto no paganismo. No entanto, o propósito era bem diferente:

 

• No louvor bíblico, a música servia para celebrar a bondade de Deus e elevar a alma a Ele. Por exemplo, Davi e o povo de Israel usavam instrumentos como arpas, liras, pandeiros e címbalos para louvar ao Senhor (2 Samuel 6:5).
• Nos rituais pagãos, a música, muitas vezes, tinha um tom hipnótico. Um instrumento comum nesses cultos era o chocalho (sistrum). Ele produzia sons que induziam ao êxtase, seja para “conectar” os profetas com os deuses, seja para estimular práticas libidinosas.

Curiosamente, há menções na Bíblia que associam o som desses instrumentos ao contexto espiritual. Em Ezequiel 37:7, por exemplo, o barulho de ossos secos no vale é descrito como algo semelhante ao som de chocalhos.

 

A destruição dos ídolos pagãos

 

Israel frequentemente lutou contra a tentação de adotar práticas pagãs. Nos períodos de sincretismo, estátuas de deuses como Baal e Aserá foram introduzidas no meio do povo. No entanto, durante as reformas religiosas lideradas por reis como Josias e Ezequias, essas estátuas foram destruídas para purificar a adoração ao Senhor.

 

Arqueólogos frequentemente encontram estátuas pagãs fragmentadas, especialmente cabeças quebradas. Isso sugere que esses objetos foram propositalmente danificados como parte das reformas religiosas.

 

Culto verdadeiro ou influência pagã? 

 

Hoje, talvez não tenhamos ídolos de pedra ou cultos explícitos de violência e sensualidade, mas será que algumas práticas modernas de adoração carregam elementos que não agradam a Deus?

 

Pergunte-se:

• Estamos louvando a Deus por quem Ele é e pelo que Ele faz, como os hebreus faziam?
• Ou estamos tentando agradar a Deus de maneiras que refletem mais o mundo do que a Sua santidade?
  

Assim como no passado, somos chamados a apresentar um louvor genuíno, centrado na verdade de Deus e não em performances ou interesses próprios.

 

O louvor que agrada a Deus

 

Olhando para o contraste entre o louvor bíblico e o culto pagão, aprendemos que o verdadeiro louvor é baseado na gratidão e no reconhecimento do caráter santo e bondoso de Deus. Não é sobre barganhas ou espetáculos, mas sobre um coração que reconhece a graça divina.

 

Que possamos, assim como o salmista, dizer:
“Cantarei a respeito da bondade e da justiça; a Ti, Senhor, cantarei.”

 

Estude mais sobre o tem assistindo ao vídeo abaixo.