O tradutor é um traidor? Problemas na tradução

Por <b>Rodrigo Silva</b>

Por Rodrigo Silva

Arqueólogo

O tradutor é um traidor? Problemas na tradução

 

A tradução da Bíblia é um tema que levanta muitas questões e desafios únicos. No podcast “A Bíblia Comentada”, a Dra. Chris Chadwick explora esses desafios, explicando a complexidade por trás do ditado “O tradutor é um traidor”. Com uma vasta formação em História, Arqueologia Bíblica e Línguas Bíblicas, a Dra. Chadwick oferece uma perspectiva rica e informada sobre as nuances da tradução bíblica.

 

 O desafio da tradução

 

O ditado “O tradutor é um traidor” tem suas raízes no italiano e reflete a percepção de que a tradução nunca pode replicar exatamente o original. Cada decisão tomada pelo tradutor pode alterar o peso e o significado do texto, mesmo sem intenção. Esse processo é uma interpretação, e não há como evitar que a cosmovisão do tradutor influencie o resultado final.

 

 Exemplos práticos de tradução

 

Um exemplo prático dessa dinâmica é a tradução de expressões idiomáticas. Por exemplo, a expressão popular “Vai pentear macaco” perde seu sentido cômico e cultural quando traduzida literalmente para o inglês como “Go brush a monkey”. O tradutor deve escolher entre manter a literalidade ou adaptar culturalmente a expressão, cada escolha trazendo suas próprias implicações.

 

 Traduções e cosmovisões

 

A cosmovisão do tradutor é crucial na escolha das palavras. Por exemplo, a palavra hebraica “nefesh” é frequentemente traduzida como “alma”, mas seu significado abrange “eu”, “consciência” e “ser”. A tradução escolhida pode direcionar significativamente a compreensão do leitor.

 

 Versões bíblicas

 

As traduções bíblicas variam amplamente. Por exemplo, a versão Almeida é amplamente utilizada por protestantes, enquanto a Bíblia de Jerusalém é preferida pelos católicos. Cada versão reflete a cosmovisão de seus tradutores, e é importante entender essas diferenças para uma leitura mais completa e consciente.

 

 As línguas originais

 

A Bíblia foi originalmente escrita em várias línguas. O Antigo Testamento foi majoritariamente escrito em hebraico, com algumas partes em aramaico, como o livro de Daniel. O Novo Testamento, por sua vez, foi escrito em grego coiné, a forma comum do grego falado na época.

 

 Curiosidades das traduções 

 

A alternância de línguas no livro de Daniel, por exemplo, reflete a transição cultural e geográfica. Daniel começa em hebraico, muda para aramaico durante sua estadia na Babilônia e retorna ao hebraico para profecias, simbolizando sua jornada e a mudança de contextos culturais.

 

Um dos maiores desafios na tradução da Bíblia é manter os significados duplos de muitas palavras hebraicas. Por exemplo, a palavra “caminho” pode se referir tanto a uma estrada literal quanto à jornada espiritual com Deus. O tradutor deve decidir como representar esses significados múltiplos, preservando a profundidade e a riqueza do texto original.

 

 Transliteração

 

A transliteração é outro aspecto importante da tradução bíblica. Ela usa o alfabeto ocidental para representar sons hebraicos, ajudando na pronúncia correta. Por exemplo, a letra hebraica “Bet” pode ter som de “B” ou “V”, e a transliteração ajuda a identificar essas diferenças.

 

A tradução da Bíblia é uma arte complexa que exige um entendimento profundo das línguas originais, das nuances culturais e da cosmovisão do tradutor. Cada escolha feita no processo de tradução pode influenciar significativamente a interpretação e o entendimento das Escrituras.

 

Para uma exploração mais aprofundada sobre este tema e muitos outros, não perca a live completa com a Dra. Chris Chadwick.

 

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