Você já ouviu falar do “vaso de alabastro” mencionado nos evangelhos? Essa expressão, além de representar objeto bonito, pode ser um exemplo de adoração, entrega e um gesto tão profundo que foi eternizado nas Escrituras.
Neste post, vamos explorar o que era o alabastro na época de Jesus, por que ele era tão valioso e o que significa o gesto da mulher que ungiu Jesus com um perfume raríssimo.

O que é o alabastro?
O alabastro, também chamado de espato acetinado, é o nome dado a dois tipos de minerais: o gesso e a calcita. Nos tempos bíblicos, o tipo mais utilizado era a calcita, encontrada principalmente no Egito e exportada para outras regiões, incluindo a Judeia.
Por ser um material de baixa dureza, o alabastro era fácil de esculpir, polir e moldar — até mesmo com ferramentas rudimentares. Isso permitia a confecção de vasos refinados e delicados, perfeitos para guardar objetos valiosos, como perfumes e óleos especiais.
Um vaso de valor inestimável
Ter um vaso de alabastro naqueles dias era sinônimo de luxo e exclusividade. Por isso, esses recipientes eram usados para armazenar itens como:
- Cosméticos refinados
- Tinteiros de escribas
- Unguentos medicinais
- Perfumes caríssimos, como o nardo puro
Um exemplo marcante desse uso está nos evangelhos, quando Maria, irmã de Lázaro, levou um vaso de alabastro com nardo puro para ungir Jesus (Marcos 14:3-9). Ela o quebrou diante dele e derramou o perfume sobre seus pés, enxugando-os com os próprios cabelos. Um ato ousado, humilde e profundamente simbólico.
Esse mesmo episódio aparece com variações nos evangelhos de Mateus (26:6-13), Lucas (7:36-50) e João (12:1-8). Alguns estudiosos acreditam que podem ser relatos diferentes de gestos semelhantes. Outros defendem que é o mesmo momento registrado sob perspectivas distintas.
O perfume: nardo puro, uma fortuna líquida
O perfume que Maria usou não era qualquer essência. Era nardo puro, um dos aromas mais raros e caros da época, extraído de uma planta originária da região do Himalaia, mas comercializado em cidades como Tarso, na Cilícia — curiosamente, a terra natal do apóstolo Paulo.
O historiador romano Plínio, em sua obra Naturalis Historia, escreveu que 500 gramas de nardo valiam cerca de 100 denários. Um único denário era o salário de um trabalhador por um dia inteiro de trabalho (ver Mateus 18:28).
Nos evangelhos, Judas protesta dizendo que o perfume poderia ser vendido por 300 denários (João 12:5). Ou seja, Maria usou pelo menos 1.500 gramas de um perfume que equivaleria a quase um ano de salário — ou, como alguns calculam, o suficiente para comprar 800 quilos de pão na época.
Por que esse gesto foi tão impactante?
O impacto do gesto de Maria não está apenas no valor do perfume ou na beleza do vaso de alabastro. Ele está na intensidade da entrega, na profundidade da adoração e no reconhecimento de quem era Jesus.
Naquela cultura, derramar perfume nos pés de alguém e secá-los com os cabelos era algo extremamente íntimo, pessoal e até escandaloso. Mas Maria não se importou com o que os outros pensariam — ela sabia que estava diante do Messias.
O próprio Jesus afirmou que aquele ato seria contado em memória dela onde quer que o evangelho fosse pregado (Mateus 26:13). E assim foi.
O simbolismo do alabastro e o convite à entrega
A história de Maria e o vaso de alabastro nos lembra de que precisamos entregar o melhor que temos a Deus:
- Um coração quebrado em adoração sincera
- A escolha de oferecer algo valioso, mesmo que custe caro
- A ousadia de amar a Cristo de maneira extravagante
Esse episódio nos convida a refletir: O que temos oferecido a Jesus? Guardamos o melhor só para nós ou estamos dispostos a derramar tudo aos pés dele?
Um gesto, uma memória eterna
O gesto de Maria, com seu vaso de alabastro e perfume de nardo, é mais do que um momento bonito nos evangelhos. É uma lição eterna de adoração, uma lembrança de que Cristo merece o nosso melhor — mesmo que pareça irracional aos olhos do mundo.
Em uma cultura onde tudo tem preço, o amor genuíno não pode ser medido. Maria nos mostra que vale a pena quebrar o vaso — e derramar aos pés de Jesus o que temos de mais precioso.
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4 respostas
Excelente texto, muito didático e esclarecedor, porém, deixo minha humilde sugestão para que os convites de eventos e visitas ao museu sejam colocados fora do texto principal. Só uma singela dica!
Interessante, vaso eu logo pensava em uma vasilha enorme. Eish? Valeu
Pastor Rodrigo, em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor, eu adoraria muito de estudar a Bíblia com o senhor. Aprender e ensinar os outros também. Meu sonho é ser obreiro voluntário que não tem nada que se envergonhar. Pregando a palavra com conhecimento de causa.
Foi uma experiência incrível, vale lembrar que é um exemplo a seguir. Afinal, Jesus vale mais que tudo que temos e ele é o único merecedor do nosso louvor.