Os egípcios e a morte

Por <b>Rodrigo Silva</b>

Por Rodrigo Silva

Arqueólogo

Os antigos egípcios eram inegavelmente obcecados pelo conceito de morte. Esta preocupação é evidente em suas construções grandiosas e monumentos funerários onipresentes. Para realmente compreender o significado das pirâmides e outros túmulos em sua cultura, precisamos mergulhar em sua compreensão única da morte. 

 

Por que os egípcios eram tão meticulosos com seus mortos e a vida após a morte? Quais eram suas crenças fundamentais e como se comparavam às doutrinas bíblicas? Vamos explorar!

egipcios

Visão de mundo egípcia 

 

Os antigos egípcios categorizavam seu mundo em três grupos: os vivos (ankhu), os mortos (akhiu) e os deuses (net-cheru). Os deuses representavam as forças primordiais da natureza, reinando sobre toda a existência. Os mortos eram aqueles que haviam passado pelo julgamento e podiam viver na vida após a morte, enquanto os vivos eram aqueles fisicamente presentes na Terra. Esta divisão tripartida forma o cerne da cultura egípcia e sua visão de mundo.

Crenças sobre a morte

 

Duas ideias fundamentais moldaram os pensamentos egípcios sobre a morte. A primeira surge do mito de Osíris, um deus que morre e é ressuscitado, concedendo imortalidade aos seus seguidores. Inicialmente, a vida após a morte era um privilégio dos faraós, mas eventualmente se tornou acessível também ao povo comum. 

 

A segunda ideia é o conceito de um julgamento pós-morte, onde as ações de uma pessoa determinavam seu destino eterno. Se considerada justa, ela ganhava a vida eterna; caso contrário, enfrentava a morte eterna. Diferente de algumas crenças onde a imortalidade da alma é garantida, os egípcios acreditavam que uma alma poderia, de fato, enfrentar a destruição final.

 

O mito de Osíris

 

O mito de Osíris é, sem dúvida, a história mais elaborada e influente na mitologia egípcia, moldando suas crenças sobre a morte. Apesar de várias versões, a narrativa central permanece a mesma. 

 

Osíris, um deus amado e significativo, é assassinado, desencadeando uma série de eventos que ressaltam sua ressurreição e a promessa de vida após a morte para seus devotos. Este mito impactou profundamente a cultura egípcia, impulsionando a criação de suas estruturas funerárias colossais e os rituais detalhados que realizavam.

Para os antigos egípcios, a morte não era um fim, mas uma transição. Eles viam a vida após a morte como uma segunda chance, um reino espiritual onde a alma poderia experimentar uma existência mais gloriosa do que na Terra. No entanto, essa vida após a morte não era garantida. 

 

A alma precisava passar por rigorosos testes pós-morte para alcançar a vida eterna. As almas bem-sucedidas desfrutariam de uma existência abençoada, enquanto aquelas que falhassem enfrentariam a aniquilação.

 

Por que tanta fascinação pela morte?

 

A preocupação egípcia com a morte e a vida após a morte era impulsionada pelo desejo de imortalidade e de uma continuação da existência em um reino mais esplêndido. Isso é evidente em seus túmulos monumentais, processos de mumificação intricados e textos funerários extensivos como o Livro dos Mortos, que guiavam as almas na vida após a morte.

 

Como cristãos, não acreditamos nesses acontecimentos da vida após a morte, mas entender as complexas e fascinantes crenças dos antigos egípcios sobre a morte nos ajuda a compreender a cultura desse povo e até perceber sua conexão com as construções existentes e as passagens bíblicas. 

Continue aprendendo sobre essa cultura e sua relação com as escrituras sagradas com o livro “A Bíblia e o Antigo Egito”. Clique aqui e adquira o seu!

 

Aprenda mais sobre a Bíblia

Por aqui, não há limites para se aprofundar nas Escrituras Sagradas. Inscreva-se abaixo para receber conteúdos sobre a Bíblia, a Arqueologia e muito mais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

+ CONTEÚDO
noemi
Devocional
Equipe Rodrigo Silva
Noemi: exemplo de fidelidade e fé

Noemi é uma figura notável no Antigo Testamento, especificamente no Livro de Rute. Embora sua história não seja extensa, suas ações e fé deixaram um

Ler mais »
Davi e Jônatas
Devocional
Equipe Rodrigo Silva
A amizade de Davi e Jônatas

Entre as muitas histórias da Bíblia, a amizade entre Davi e Jônatas destaca-se por seu profundo impacto emocional e moral. Eles não eram apenas amigos;

Ler mais »
laquis
Arqueologia Bíblica
Equipe Rodrigo Silva
C. C. Torrey e as Cartas de Laquis

Você já se pegou assistindo um acadêmico respeitado desafiando a veracidade de uma passagem da Bíblia na TV? Como você reage a isso? É compreensível

Ler mais »
zaqueu
Devocional
Equipe Rodrigo Silva
A história de Zaqueu

A história de Zaqueu é um testemunho emocionante de como um encontro com Jesus pode mudar completamente uma vida. Encontrada no Evangelho de Lucas, esta

Ler mais »
templo de Jerusalém
Arqueologia Bíblica
Equipe Rodrigo Silva
O Templo de Jerusalém

Do Monte das Oliveiras, a visão do pátio do templo repleto de pessoas em atividade era impressionante para Jesus. Apesar das ações do povo no

Ler mais »