Quem foi Judas Tadeu, o discípulo de Jesus?

Por <b>Rodrigo Silva</b>

Por Rodrigo Silva

Arqueólogo

Judas Tadeu é uma figura intrigante no Novo Testamento. Apesar de ser um dos doze apóstolos escolhidos por Jesus, sua história e missão são, por vezes, envoltas em confusão, especialmente porque seu nome é semelhante ao do famoso traidor, Judas Iscariotes. No entanto, Judas Tadeu merece destaque por seu papel fundamental na propagação do cristianismo.

 

Neste artigo, vamos explorar quem foi Judas Tadeu, seu chamado, o ministério que desempenhou e o legado que deixou para os cristãos ao longo dos séculos.

judas tadeu

O chamado de Judas Tadeu

 

Judas Tadeu foi chamado por Jesus para ser um dos doze apóstolos, o grupo íntimo de seguidores que testemunhou o ministério e os milagres de Cristo em primeira mão. É interessante notar que os evangelhos se referem a ele com diferentes nomes. No Evangelho de Mateus (10:3) e no de Marcos (3:18), ele é chamado de “Tadeu”, enquanto no Evangelho de Lucas (6:16) e no livro de Atos (1:13), é chamado de “Judas, filho de Tiago”. Por conta dessa variação, ele é muitas vezes identificado como Judas Tadeu ou simplesmente Tadeu.

 

A palavra “Tadeu” pode ser traduzida como “coração corajoso” ou “generoso”, refletindo a natureza de seu caráter. Desde o início de seu chamado, Judas Tadeu demonstrou sua dedicação a Cristo e seu compromisso com a missão de espalhar o Evangelho.

 

Seu ministério

 

Embora os evangelhos não registrem muitos detalhes específicos das ações de Judas Tadeu durante o ministério de Jesus, sua presença constante ao lado de Cristo deixa claro que ele estava profundamente envolvido nos eventos da vida de Jesus. No Evangelho de João (14:22), ele faz uma pergunta importante a Jesus durante a Última Ceia, demonstrando sua busca por entendimento espiritual: 

 

 “Senhor, por que razão hás de manifestar-te a nós e não ao mundo?”

 

Essa pergunta revela sua preocupação com a missão de Cristo e sua vontade de compreender os mistérios divinos. A resposta de Jesus é uma bela explicação sobre o amor e a obediência aos Seus ensinamentos, sublinhando a importância de viver conforme a vontade de Deus.

 

Após a morte e ressurreição de Jesus, Judas Tadeu, junto com os outros apóstolos, foi encarregado de levar a mensagem do Evangelho “a todas as nações” (Mateus 28:19). A tradição cristã indica que Judas Tadeu cumpriu esse mandamento fielmente, viajando e pregando o Evangelho em várias regiões. Ele teria levado a mensagem de Cristo para lugares como a Mesopotâmia (atual Iraque) e a Pérsia (atual Irã), onde ajudou a estabelecer igrejas e converter muitas pessoas ao cristianismo.

 

 A morte de Judas Tadeu

 

De acordo com a tradição cristã, Judas Tadeu foi martirizado por sua fé. Embora as circunstâncias exatas de sua morte não sejam claras, acredita-se que ele tenha sido morto na Pérsia por causa de sua pregação. Muitos relatos indicam que ele sofreu um martírio brutal, sendo espancado até a morte com uma clava.

 

Apesar de seu martírio, o legado de Judas Tadeu continua a inspirar milhões de cristãos ao redor do mundo. Ele é especialmente venerado como o santo padroeiro das causas desesperadas ou perdidas, uma devoção que começou a se espalhar fortemente a partir do século XVIII. Milhares de pessoas atribuem a intercessão de São Judas Tadeu a milagres e soluções para problemas aparentemente insolúveis, o que o torna um dos santos mais populares da Igreja Católica.

 

Curiosidades

 

– Confusão de nomes: Judas Tadeu, muitas vezes, é confundido com Judas Iscariotes devido ao nome semelhante. No entanto, os dois são pessoas completamente diferentes. Judas Iscariotes foi o traidor que entregou Jesus aos romanos, enquanto Judas Tadeu foi um discípulo fiel até a morte.

  

– Escrituras atribuídas: A Epístola de Judas, um dos livros do Novo Testamento, é tradicionalmente atribuída a Judas Tadeu, embora alguns estudiosos ainda debatam a autoria.

 

Em suma, Judas Tadeu foi um discípulo de fé inabalável, corajoso em seu ministério e abnegado em sua missão de propagar o Evangelho. Seu legado, tanto como um dos doze apóstolos quanto como um poderoso intercessor para as causas difíceis, continua vivo na fé de muitas pessoas ao redor do mundo.

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