Nos últimos dias, surgiram rumores sobre a possível descoberta do local da Arca de Noé, com base em uma tradução recente de uma tabuinha babilônica. Essa notícia foi divulgada há algumas semanas em alguns portais, e muita gente está curiosa: será verdade? Vamos explorar isso hoje, com uma análise detalhada do que esse tablet realmente representa e o que os estudiosos têm a dizer.
A história do achado
Recentemente, circulou na internet a notícia de que a localização da Arca de Noé poderia ter sido descoberta graças a uma tabuinha de argila com inscrições cuneiformes, traduzida por um renomado especialista do Museu Britânico, Dr. Irving Finkel. Claro, muitos sites mencionaram isso de forma resumida, e é fácil ver como o público ficou animado com a ideia de finalmente encontrarmos o famoso navio bíblico. Porém, para entender melhor, precisamos mergulhar na história das inscrições cuneiformes e o que exatamente foi descoberto.
O que são tabuinhas cuneiformes?
Primeiramente, é interessante entender o que são essas tais tabuinhas cuneiformes. Nos tempos antigos, na Mesopotâmia (atual região do Iraque), as pessoas escreviam em tabuinhas de argila enquanto o material ainda estava maleável, utilizando pequenas cunhas para formar símbolos. Essa escrita, conhecida como cuneiforme, foi uma das primeiras formas de escrita da humanidade.
Muitas dessas tabuinhas sobreviveram até hoje, permitindo que os arqueólogos pudessem desvendar muitos mistérios sobre as civilizações antigas. E foi em uma dessas tabuinhas que se encontrou o tal “mapa” que supostamente indicaria a localização da Arca de Noé.
Mapa Babilônico
A tabuinha em questão faz parte de uma vasta coleção de artefatos no Museu Britânico. Esse fragmento específico descreve o que os babilônios acreditavam ser o mundo. No centro, há um círculo que representa a cidade da Babilônia e, em torno desse círculo, estão várias inscrições descrevendo terras distantes e desconhecidas.
Esse mapa antigo é fascinante porque não só reflete a visão de mundo dos babilônios, mas também menciona o “Grande Dilúvio” — o que nos remete diretamente ao relato bíblico da Arca de Noé. Alguns estudiosos especulam que a tabuinha contém informações sobre o local onde a arca teria pousado após o dilúvio.
Mas será que isso é verdade? O Dr. Irving Finkel, que trabalha no Museu Britânico há mais de 30 anos, traduziu a tabuinha e sugeriu que ela contém referências a lugares relacionados ao dilúvio. No entanto, é importante lembrar que essas referências são vagas e abertas à interpretação.
Detalhes da tradução
No tablet, uma das inscrições menciona terras além de um “mar amargo”, que os estudiosos identificam como sendo o Oceano Pérsico. Além disso, há menção de uma “montanha” onde alguns acreditam que a arca poderia ter repousado. Esses detalhes levantam muitas perguntas, mas nada pode ser confirmado com 100% de certeza.
O que sabemos é que os textos falam de um grande dilúvio que cobriu a Terra — algo muito semelhante à história do Gênesis. E, curiosamente, eles mencionam heróis lendários como Utnapishtim, o equivalente babilônico de Noé, que também teria sobrevivido a um dilúvio catastrófico.
A relação entre as tabuinhas e a Bíblia
Muita gente se pergunta: será que a Bíblia copiou essas histórias antigas? Afinal, as tabuinhas cuneiformes são muito mais antigas do que o texto bíblico. A resposta, segundo estudiosos, é que embora as histórias babilônicas sejam anteriores, isso não significa que a Bíblia seja um “plágio”. As histórias antigas muitas vezes compartilhavam temas e eventos similares, refletindo crenças comuns da época.
Esses relatos antigos — do dilúvio, da criação do mundo e do Jardim do Éden — faziam parte da memória cultural de muitas civilizações. E a Bíblia trouxe sua própria versão desses eventos, com uma perspectiva única e teológica.
Mas afinal, encontraram a Arca de Noé?
Agora, voltando à pergunta principal: encontraram o local da Arca de Noé? A resposta curta é: ainda não. Embora o achado seja incrivelmente fascinante e nos dê pistas sobre como as civilizações antigas viam o mundo, não há evidências concretas de que a tabuinha realmente indique o local exato onde a Arca repousou.
O Dr. Finkel é um dos maiores especialistas em textos cuneiformes e acredita que o tablet oferece uma visão valiosa sobre as crenças e tradições da época. No entanto, o que temos até agora são hipóteses — e como qualquer boa descoberta arqueológica, ela traz mais perguntas do que respostas.
O Que Podemos Aprender Com Isso?
Esse achado, seja ou não a chave para localizar a Arca de Noé, é uma lembrança poderosa de como as civilizações antigas tentavam entender seu lugar no mundo. Eles criaram mapas, histórias e lendas para explicar o desconhecido, assim como fazemos hoje.
Essas histórias, gravadas em tabuletas de argila há milhares de anos, mostram como temas como criação, dilúvio e redenção permeiam a história humana. A Arca de Noé, em particular, continua a capturar a imaginação das pessoas, não apenas por seu significado religioso, mas também como uma ponte entre o mito e a história.
Continue estudando
Embora seja fascinante imaginar que podemos estar perto de descobrir o local exato da Arca de Noé, o que temos até agora são pistas. Esse achado babilônico, traduzido pelo Dr. Finkel, adiciona mais camadas à rica tapeçaria da história humana — e nos lembra que ainda há muito a ser descoberto.
Quem sabe o que mais essas tabuinhas antigas podem nos revelar?
Para se aprofundar nesse conteúdo, assista ao vídeo completo abaixo.